Profissionais e até pesquisas já apontam para a necessidade de qualificação tecnológica para quem pretende trabalhar no ramo; entenda essa revolução.
Em São Paulo, são mais de dois mil canteiros de obras espalhados pela cidade e um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) já aponta que 585 mil trabalhadores vão precisar de requalificação ou formação complementar nas áreas que atuam.
É que aos poucos o canteiro de obras vai mudando, impactado pelas inovações tecnológicas, como o uso de tela interativa para projetar a obra.
“O que eu vou fazer na obra, eu faço aqui no computador. O objetivo é reduzir riscos e também poder ganhar tempo e ser mais produtivo”, explica a arquiteta Priscila Castro.
Na tela, é possível ver, por exemplo, onde está cada tubo, todo o projeto hidráulico ou parte elétrica.
“Fica muito mais fácil do que pegar algumas folhas de papel para conseguir explicar o serviço ou tirar uma dúvida de execução. Então, através do modelo 3D, a gente consegue ter um dinamismo muito maior do nosso dia a dia de trabalho”, destaca o gerente de obras, Bruno Guimarães.
Hilton Silva é mestre de obras e participou de um programa de inovação da empresa. Agora, ele trocou a papelada pelo tablet com realidade aumentada.
“Você vê a parte hidráulica, a parte elétrica, que é a amarela. Vou andando e vai mostrando tudo”, diz.
Ele conta que não imaginou que um dia estaria usando um tablet dentro da obra. “É outro nível. A gente pensa assim, mas facilita a vida de todo mundo dentro do canteiro de obra. A gente estranha um pouco no começo, mas depois pega e quer trabalhar cada vez mais rápido”.
‘Não há outra saída que não seja a qualificação profissional’
Para os profissionais, o uso da tecnologia diminui a margem de erro dentro das obras, o que demonstra a transformação do setor, que consegue entregar os trabalhos com cada vez menos tempo.
“Não há uma outra saída que não seja a qualificação profissional. Acho que as empresas precisam abrir seus canteiros de obra para qualificar dentro do canteiro de obras”, completa Atevaldo Leitão, diretor-executivo do Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon).